Highlights dos desfiles da Semana de Moda de Milão
Quem assiste a um desfile de moda conceitual vivencia uma experiência extraordinária. Isto porque um desfile não deixa de ser um espetáculo, seja teatral, ou até mesmo um show. Designers e estilistas são artistas. Fazem suas coleções com inspirações reais ou subjetivas que seguem um tema. E a apresentação disto para o público tem de estar à altura de sua arte, se estendendo para iluminação, cenário, trilha sonora e convite.
Quando pensamos em Milão, o que vem a nossa mente é design e moda. E a Semana de Moda de Milão, que ocorreu de 20 a 27 de fevereiro último, não poderia ser diferente. Trouxe desfiles inusitados e com muita informação para digerirmos.
Alguns trend alerts do outono/inverno 2018/19 da Semana de Milão serão apresentados por aqui, mas vamos nos ater ao espetáculo das grandes grifes de moda.
Para começar, Dolce & Gabbana abriu seu desfile com drones carregando bolsas pela passarela, substituindo modelos e unindo moda a tecnologia.
Na apresentação da Tod’s, em referência ao horóscopo chinês que celebra o ano do cachorro em 2018, filhotinhos fofos de cães desfilavam no colo das modelos.
A grife Prada, depois de 20 anos (a top model Naomi Campbell já havia aberto o desfile da marca), escolheu a jovem negra Anok Yai para abrir o desfile de seu fashion show.
Moschino, sob o comando do estilista Jeremy Scott, que sempre traz uma arte pop para as passarelas, trouxe um ar sessentista reptiliano inspirado em Jackie Kennedy. Segundo uma teoria da conspiração, Marilyn Monroe e JFK sabiam da existência de alienígenas e por isso foram mortos. Para Jeremy, Jackie era a alienígena responsável pelos assassinatos.
Por último, deixei o espetáculo particular da Gucci, o mais comentado nas redes. Vejam o convite do evento na galeria de fotos. Em um cenário que imitava um centro cirúrgico, o designer Alessandro Michele se inspirou no conceito de cortar, emendar e reconstruir materiais e tecidos. Sua coleção denominada “ciborguização do corpo” era um ensaio ao manifesto da bióloga feminista, Donna Haraway.
Um espetáculo para ficar na história com coisas exóticas sendo carregadas pela passarela como acessórios. Um timer parecido com uma bomba fazia a contagem regressiva para o início do show. Os modelos carregavam réplicas de suas cabeças, filhotes de dragão, lagartos e serpentes, além de alguns caracterizados com um terceiro olho. Foi criado após o desfile o Gucci Challenge, nas redes sociais, em que as pessoas poderiam colocar seus rostos na modelo e sua própria cabeça sendo carregada. Isto resultou em uma polêmica, depois que colocaram a foto da Lady Gaga como modelo segurando a cabeça da Madonna.
Espetáculos à parte, Versace trouxe pop arte em sua coleção e a volta do “xadrez Cher”. Uma versão 2018 do look da protagonista do filme icônico dos anos 90 “As Patricinhas de Beverly Hills”.
Na Tod’s podemos observar a coleção sendo dominada por tons de mostarda, caramelo e verde oliva em trench coats e macacões.
Gucci trouxe um xadrez em alfaiataria mais na pegada nerd, look esportivo em alfaiataria, muito brilho, tendência anos 80 e cores rosa e vermelho.
Os ícones da temporada de Milão ficaram para casacos em pele e ponchos em pele. Mas pele de lã pura, sarja seda ou algodão. Ainda bem!